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CINEMA. O menino rico e rebelde de Belém que virou um dos maiores astros do cinema.


A alucinante vida do menino rico de Belém, que foi estudar na Suiça, mas que na verdade vivia em Hollywood, onde dividia o quarto de pensão com Rodolfo Valentino, virou um dos maiores astros do cinema mundial e acabou a carreira quando foi flagrado em cima de um camelo, nas telas do Cinema Olympia. Só foi identificado, 50 anos depois do sucesso, doente. A história de Hollywood não seria mesmo sem o filme da vida deste home, que ficou para a história como Syn de Conde.

Synésio Mariano de Aguiar nasceu em 1894. era filho de um industrial paraense, quando a borracha ainda inspirava alguma riqueza da Belém do início do sec. XX. . Como de praxe nas ricas famílias de então, foi mandado para a Suiça para concluir estudos básicos.

Vivendo de mesada, escrevia para os pais contando sobre o aproveitamento escolar, enquanto planejava destino completamente diferente do planejado. Embarcou para a América do Norte. Foi morar em Hollywood, dividindo um quarto de pensão com outro aventureiro italiano chamado Rodolfo Valentino.

Influenciado por ele, o paraense Synésio virou dançarino de tango nas boates elegantes. Em uma das aprfesentações, uma cantada bem dada, resultou em um bilhete com endereço e o telefone. Era a atriz Alah Nazimova ( que namoraria Valentino em seguida).

Foi ela que a apresentou a ele um estúdio de cinema. Ao presenciar uma cena onde dançavam um tango, foi petulante o bastante para dizer ao diretor que faria melhor, provando tal qualidade. Acabou como coadjuvante, passando a figurar em produções “classe A”. Foram oito filmes durante 2 anos.

As tais cartas ao pai eram regularmente enviadas de um amigo na Suiça. Sinésio só não contava com o sucesso. Um amigo do pai disse que tinha visto o filho no Cine Olympia, em Belém, atuando em Hollywood.

O pai só acreditou quando o informante quando comprovou que ele estava sim puxando um camelo no papel do árabe Abdulah em “A Chama do Deserto” (Flame of Desert), solicitando a volta do rebelde, que a esta altura já se casara com a Anna Pauley. Divorciado, foi morar em Nova York, segundo o New York Times, em 1921,

Em 1927 voltando ao Rio de Janeiro, escalou um prédio na Av. Rio Branco ganhando manchetes de jornais, para provar que não eram apenas americanos que galgavam alturas ( estreava lá “O Homem Mosca” (Safety Last, 1923) onde Harold Lloyd escalava um edifício)

Em 1928, já em Belém, o rebelde virou professor de inglês, e foi viver em um casamento arranjado pelo pai, sem nunca ter se transformado em um sério chefe de família.

Syn de Conde foi descoberto só em 1972, pelo crítico Pedro Veriano, que o encontrou doente, num dos sobrados da Av. Serzedêlo Corrêa, herdado de familiares, onde confirmou toda a história. No fim da década de 1980, Synésio retornou ao Rio, morrendo em 1990.

A vida de um dos primeiros galãs de Hollywood, nascido em Belém, esquecido pela cidade daria um grande filme.

Fontes: Luzia Miranda Álvares/ Pedro Veriano/
Filmografia. http://www.imdb.com/name/nm0208087/
Foto : CINEARTE(1927), Texto: Jornal Vivendo (1939)
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